Jan 21, 2008

"Por mais que me esforçasse para não pensar nele, também não o tentava esquecer. Preocupava-me - a adiantadas horas da noite, quando o cansaço da privação do sono vencia todas as minhas defesas - a possibilidade de tudo me escapar; de a minha mente funcionar como um filtro e, um dia, não ser capaz de recordar a cor dos olhos dele, o toque da sua pele fria ou a textura da sua voz. Não podia pensar nestes elementos, mas tinha de os recordar sempre. Isto porque só havia algo em que tinha de acreditar para conseguir viver; saber que ele existia. Mais nada. Conseguiria suportar tudo; desde que ele existisse."

Não sei por quanto tempo mais será assim....

1 comment:

Tiago Campos said...

No que toca à minha vida pessoal, sim. Pelo menos por agora... E é bom ter finalmente essa sensação, de já não estar sozinho a tentar reconstruir tudo.

Mas também compreendo o lado do teu texto... Por vezes nem a paz nos conforma. Resta apenas dormirmos nos destroços sozinhos.

Só espero que te aconteça o que me aconteceu, e que haja outra direcção...

Como está escrito, "Conseguiria suportar tudo; desde que ele existisse." E enquanto assim for e essa pessoa existir sem ser apenas em memória estaremos sempre seguros...

Muito obrigado pelo comentário mesmo, é bom saber que alguém ainda pára por "cá"